Batalla de Azamor

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Batalla de Azamor
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Jaime, duque de Braganza, lideraba as tropas lusas

A batalla de Azamor tivo lugar os días 28 e 29 de agosto de 1513 en Azamor, actual Marrocos, onde os portugueses participaron contra os fezíes.

Azamor, dependente do rei de Fez, aínda que con gran autonomía, prestaba vasalaxe do rei D. Xoán II desde 1486. As desavinzas xeradas entre o gobernador Moulay Zayam, que se negou a pagar o tributo e preparaba un exército para se defender, provocaron que a Armada Portuguesa fose enviada a esa cidade o 15 de agosto de 1513, por orde de D. Manuel I.

O 1 de setembro, o exército portugués, liderado por D. Jaime, duque de Bragança, tomou a cidade sen resistencia.

Así describe Pedro de Mariz a fazaña:

"AINDA, Que elRey Dom Emanoel, tinha por tributaria a Cidade Azamor em Affrica, todavia desejava ser Senhor della: porque muitas vezes lhe negava o tributo, & se ajuntava com seus inimigos; polo que determinou mandalla conquistar. E pera isso era o anno do Senhor mil & quinhentos & treze, mandou fazer humha poderosa armada, de mais de quatrocentas vellas, & dezoito mil homens de pé, de que três mil erão do Duque de Bragança Dom Gemes, que hia por General desta armada, que também levava quatrocentos, & cincoenta homens de cavallo, & cento acubertados, & todos seus criados, & vassallos: além destes hião mais de dous mil de cavallo, & duzentos acubertados, todos criados delRey affora a pionagem, que estes todos levávão. Partido o Duque com esta fermosa companhia,foy surgir duas léguas de Marzagão a 28 de Agosto(...). De Marzagão partio o exercito ao primeiro de Setembro, (...) A Azamor, & mandou logo dar o primeiro combate, com tanta ordem cometido, & com tanto fervor, & valentia; que os Mouros, ainda que muitos & bem armados & fortalecidos, e muito versados em cavallarias, desconfiarão de se poderem defender. Principalmente quando virão morto de húma bombarda o Capitão mor da Cidade; cuja vista os acabou de desenganar de todo, & sobrevindo a noite, se sahirão da Cidade com muita pressa (...). Ao outro dia, sendo o Duque avisado do que passou, deu logo graças a Deos publicamente, & com grande triumpho entrou na cidade, & muito mayor contentamento em o seu animo, por huma tão grande, & tão barata vitória, que lhe não custou nem um só homem. E tanto assombrou esta conquista a todos aquelles bárbaros Mauritanos, que logo as Cidades Titer & Almedina, se despejarão, & os portuguezes, se entregàrão dellas; Nuno Fernandez de Attaide capitão de Çafim, se entregou de Almedina a cujos moradores fez logo tornar a ella, com promessas, & liberdades: & pera que não se pudesse levantar mais, mandou derribar dous lanços do muro, hum da parte de Azamor: outro da de Çafim (safi). E todas as mais cousas da Cidade novamente conquistada, ordenadas como convinha ao governo, & defenção della, se veyo o Duque de Bragança ao Reyno, deixando encomendada sua casa a seu primo Dom Francisco Portugal, que foy o primeiro Conde de Vimioso: & por Capitão-mor do exercito Dom João de Menezes. E elRey Dom Emanoel mandou em o seu Reyno dar publicas graças a Deos por aquellas obras de sua omnipotencia, tanto em seu louvor acabadas: & o mesmo mandou o papa Leão decimo fazer em Roma, tanto que o soube, com huma solene procissão, em que elle disse missa em Pontifical, & houve prégação em louvor dos portuguezes, & de suas heroicas obras pola exaltação a Fé, & augmento de sua Igreja."

Sábese que nela participou Fernando de Magalhães, o primeiro navegante en circunnavegar o globo terrestre, e alí perdeu o seu cabalo, feríndose no xeonllo e ficando coxo para a vida.[1]

Notas[editar | editar a fonte]

  1. "Persona - Magallanes, Fernando de (ca. 1480-1521)". PARES. Consultado o 2022-02-01. 

Véxase tamén[editar | editar a fonte]

Bibliografía[editar | editar a fonte]

Pedro de Mariz: Diálogos de Vária história. Em Coimbra, na Officina de António de Mariz. MDLXXXXVIII (1598)