José-Augusto França

Na Galipedia, a Wikipedia en galego.
Infotaula de personaJosé-Augusto França

Editar o valor em Wikidata
Nome orixinal(pt) José Augusto Rodrigues França Editar o valor em Wikidata
Biografía
Nacemento16 de novembro de 1922 Editar o valor em Wikidata
Tomar, Portugal Editar o valor em Wikidata
Morte18 de setembro de 2021 Editar o valor em Wikidata (98 anos)
Datos persoais
País de nacionalidadePortugal Editar o valor em Wikidata
EducaciónUniversidade de Lisboa Editar o valor em Wikidata
Actividade
Campo de traballoEstudo da historia da arte e crítica de arte (pt) Traducir Editar o valor em Wikidata
Ocupaciónhistoriador , historiador da arte , crítico de arte Editar o valor em Wikidata
EmpregadorUniversidade Nova de Lisboa Editar o valor em Wikidata
LinguaLingua portuguesa Editar o valor em Wikidata
Premios

Dialnet: 1797951

José Augusto Rodrigues França, nado en Tomar o 16 de novembro de 1922 e finado en Jarzé-Villages o 18 de setembro de 2021, foi un historiador, sociólogo, narrador e crítico de arte portugués.[1]

Profesor Catedrático xubilado da Universidade Nova de Lisboa, é considerado un nome maior da historiografía da Arte en Portugal. "França é uma figura maior da Cultura Portuguesa. Poesia, cinema, pintura, arquitetura - pouco há que não interesse a este homem renascentista que privou com os melhores criadores e pensadores do último século".[2][3][4]

Biografía[editar | editar a fonte]

José-Augusto França, Amadeo de Souza-Cardoso, 1972

Licenciado en Ciencias Histórico-Filosóficas pola Facultade de Letras de Lisboa (1944), José-Augusto França partiu para París, como bolseiro do Estado francés en 1959, permanecendo alí até 1963, estudando con Pierre Francastel.[5] Na Universidade de París IV (Panthón-Sorbonne) obtivo, sucesivamente, os graos de doutor en Historia, en 1962 – presentando a tese Une Ville des Lumères: la Lisbonne de Pombal –, e, algúns anos despois, de doutor en Letras, en 1969 – presentando a tese Le Romantisme au Portugal.[6]

O seu interese pola pintura manifestouse en 1946 tras viaxes a España e París, realizando outras viaxes á Europa e ás Américas até se fixar en París en 1959. Nas décadas de 1940 e 1950 foi unha das figuras máis dinámicas e influentes da vida cultural portuguesa. Entre 1947 e 1949 participou nas actividades do Grupo Surrealista de Lisboa, tendo un papel polémico de oposición aos neorrealistas. Na década seguinte sería un defensor da arte abstrata, cuxo primeiro salón nacional organizou, na Galería de Março, que dirixiu entre 1952 e 1954. Publicou os seus primeiros artigos de crítica de arte no Horizonte, Jornal das Artes, tendo a partir de aí unha extensa colaboración en xornais e revistas da especialidade de onde poden destacarse: Unicórnio (1951-1956); Art d’Aujourd’hui; KWY; Colóquio/Artes (que dirixiu entre 1970 e 1996) etc. Dirixiu o Centro Cultural Portugués en París (1980-86).[7] O seu nome tamén consta na lista de colaboradores da Revista Municipal (1939-1973) publicada polo Concello de Lisboa.[8]

Deu clases na Sociedade Nacional de Belas Artes. Foi profesor catedrático da Universidade Nova de Lisboa (desde 1974), onde creou os primeiros mestrados de Historia de Arte do país. Antigo presidente da Academia Nacional de Belas Artes, membro do Comité Internacional d’Histoire de l’Art e presidente de honra da Association Internationale des Critiques d’Art.

Autor de referencia na área das artes visuais e da cultura en Portugal, entre as súas obras destácanse os estudos sobre a arte en Portugal nos Séculos XIX e XX, as monografías sobre Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros, alén doutros volumes de ensaios de interpretación e reflexión histórica, sociológica e estética sobre problemas da arte contemporánea.

Na dominio da ficción, publicou unha primeira novela en 1949, Natureza Morta, seguíndose, en 1958, un libro de contos. Despois dun prolongado interregno, volveu a publicar con máis regularidade, podendo arse como Buridan (2002), A Bela Angevina (2005), José e os Outros (2006), Ricardo Coração de Leão (2007), João sem Terra (2008) e A Guerra e a Paz (2010)

O 30 de setembro de 2018 o xornal Público informou por equívoco da súa morte.[9]

Obras publicadas[editar | editar a fonte]

José-Augusto França, A Arte en Portugal o Século XX, 3.ª ed. 1991

Novela[editar | editar a fonte]

  • Natureza Morta (1949). En 2017, Imprensa Nacional Casa da Moeda.
  • Buridan (2002). Quetzal Editores.
  • A Bela Angevina (2005). Presença.
  • Ricardo Coração de Leão (2007). Presença.
  • João sem Terra (2008). Presença.
  • A Guerra e a Paz (2009). Presença.
  • O Facadas. Seguido de A Volta do Facadas. Dúas novelas (2010). Acontecimento.
  • Mina e as coincidências (2011). Presença.

Contos[editar | editar a fonte]

  • José e os Outros. Almada e Pessoa Romance dos Anos 20 (2006). Presença.
  • Despedida Breve e Outros Contos (2006). Europress.
  • Garrett e Outros Contos (2007). Acontecimento
  • Antologia de Contos (2010). Acontecimento
  • Cem Cenas Quadros e Contos (2018). Acontecimento
  • Outras Cenas Quadros e Contos (2018). Acontecimento

Crítica e Historia da Arte e da Cultura[editar | editar a fonte]

  • Amadeo de Souza-Cardoso: o português à força (estudo, 1954; 2.ª ed. 1972; 3.ª ed. 1986).
  • Une Ville des Lumières: la Lisbonne de Pombal (1965). París. Trad. ao portugués Lisboa Pombalina e o Iluminismo (1966).
  • Oito ensaios sobre Arte Contemporânea (1967). Trad. francés 1968.
  • A Arte em Portugal no Século XIX (1967). 2 volumes.
  • Introdução ao CAMÕES de Almeida Garrett (1972).
  • António Carneiro (1973).
  • A Arte em Portugal no século XX (1974). En 2009, Livros Horizonte.
  • Almada Negreiros: o Português sem Mestre (1974).
  • Le Romantisme au Portugal: étude de faits socio-culturels (1975) París).
  • Rafael Bordalo Pinheiro: o português tal e qual (1981). En 2007, Livros Horizonte.
  • História da Arte Ocidental 1780-1980 (1987). Livros Horizonte.
  • História da Arte Ocidental: modo de emprego 1780-1980 (1988). Livros Horizonte.
  • A Arte em Portugal no Século XX: 1911-1961. Lisboa
  • Os anos 20 em Portugal: estudo de factos socio-culturais (1992).
  • Tomar (1994). Editorial Presença
  • Do Romantismo 1824, Antes e Depois (1994). Livros Horizonte
  • Bosch Ou o Visionário Integral (1994). Chaves Ferreira Publicações
  • Lisboa: Urbanismo e Arquitectura (1997). Livros Horizonte
  • José de Guimarães na Arte Portuguesa dos Anos 90 (1998). Edições Afrontamento
  • O Romantismo em Portugal (1999). Livros Horizonte
  • A arte e a sociedade portuguesa no século XX. 1910 2000 (2000). Livros Horizonte
  • Memórias Para o Ano 2000 (2001). Livros Horizonte
  • Lisboa 1898. Estudo de Factos Socioculturais (2002). Livros Horizonte
  • História da Arte em Portugal - O Pombalismo e o Romantismo (2004). Editorial Presença
  • O Essencial Sobre Amadeo de Souza-Cardoso (2005). INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • O Grémio Literário e a Sua História (2005). Livros Horizonte
  • Que História? História (2005). Edições Colibri
  • Lisboetas no Século XX (2005). Livros Horizonte
  • Exercícios de Passamento (2005). Acontecimento
  • História da Arte Ocidental 1750-2000 (2006). Livros Horizonte.
  • O Essencial sobre Columbano Bordalo Pinheiro (2007). INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • O Essencial sobre António Pedro (2007). INCM - Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • O Essencial sobre José Malhoa (2008). INCM - Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • Lisboa. História Física e Moral (2008). Livros Horizonte
  • O Retrato na Arte Portuguesa (2010). Livros Horizonte
  • O Ano X - Lisboa 1936 (2010). Editorial Presença
  • Seis Pintores (2011). INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda. Rafael Bordalo Pinheiro, José Malhoa, Columbano Bordalo Pinheiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros e António Pedro
  • O "Ano XX". Lisboa 1946. Estudo de factos socioculturais (2012). INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • Estudos das Zonas ou Unidades Urbanas de Carácter Histórico-Artístico em Lisboa Estudos de Zonas (2012). INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • Memórias para Após 2000 (2013). Livros Horizonte
  • Memórias do Conselheiro Adalberto Martins de Sousa. 1880-1890 Estudo de Factos Socioculturais (2014). INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • Diálogo: Entre o Autor e o Crítico (2015). Editorial Presença
  • O Essencial sobre Charles Chaplin (2015). INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • 28 Crónica de um Percurso - Chronicle of a Journey (2016). Livros Horizonte.
  • O Essencial sobre Pablo Picasso (2016). INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda
  • Charles Chaplin, o Self-Made-Myth (2017). INCM – Imprensa Nacional Casa da Moeda

Condecoracións[editar | editar a fonte]

  • Medalla de Honra da Cidade de Lisboa, 1992.
  • Grande-Oficial da Orde do Infante D. Henrique (10 de xuño de 1991).[10]
  • Grã-Cruz da Orde da Instrución Pública (10 de novembro de 1992).
  • Grã-Cruz da Orde do Infante D. Henrique (30 de naneiro de 2006).
  • Medalla de Mérito Cultural (2012)

Notas[editar | editar a fonte]

  1. "José-Augusto França". 
  2. Portugal, Rádio e Televisão de. "José-Augusto França - Câmara Clara - Magazines - RTP". www.rtp.pt (en portugués). Consultado o 2020-06-17. 
  3. "Wayback Machine". web.archive.org. 2014-10-12. Archived from the original on 12 de outubro de 2014. Consultado o 2020-06-17. 
  4. Marques, Joana Emídio. "16 livros para conhecer o enorme legado de José-Augusto França". Observador (en portugués). Consultado o 2020-06-17. 
  5. "José-Augusto França. Wook". www.wook.pt (en portugués). Consultado o 2020-06-17. 
  6. "Livros Horizonte". web.archive.org. 2013-12-03. Archived from the original on 03 de decembro de 2013. Consultado o 2020-06-17. 
  7. "José Augusto França" (PDF). casaldasletras.com (en portugués). 
  8. "Índices" (PDF). hemerotecadigital.cm-lisboa.pt. 
  9. PÚBLICO. "PÚBLICO noticiou erradamente a morte do historiador de arte José-Augusto França". PÚBLICO (en portugués). Consultado o 2020-06-17. 
  10. "ENTIDADES NACIONAIS AGRACIADAS COM ORDENS PORTUGUESAS - Página Oficial das Ordens Honoríficas Portuguesas". www.ordens.presidencia.pt. Consultado o 2020-06-17.